O Juiz e a sua história – Dr João Henrique Sousa Gomes – TJPI

Nesta semana, o quadro O Juiz e a sua história rende uma especial homenagem ao Juiz de Direito do Tribunal de Justiça do Piauí, Dr. João Henrique Sousa Gomes, que acaba de completar 34 anos de dedicação à judicatura.
Por Danusa Andrade.
Publicado em 10/11/2023 às 11:16. Atualizado há um ano.

LogoO Magistrado Dr. João Henrique Sousa Gomes

Nesta semana, o quadro O Juiz e a sua história rende uma especial homenagem ao Juiz de Direito do Tribunal de Justiça do Piauí, Dr. João Henrique Sousa Gomes, que acaba de completar 34 anos de dedicação à judicatura.

Com mãe piauiense e pai maranhense, o Suplente do Conselho Fiscal da atual gestão da ANAMAGES é natural de São Luiz, no Maranhão, mas se considera piauiense desde a juventude, quando fixou residência com a família em Teresina. Após cursar Direito, atuou na advocacia por um curto período até a aprovação no concurso no TJPI.

Há 14 anos como Titular do Juizado Especial da Zona Sul de Teresina, o Magistrado assumiu o concurso do TJPI – que foi o primeiro que ele prestou - com 25 anos e vivenciou a realidade do interior por duas décadas. Nessa trajetória, Dr João Henrique judicou em Oeiras (antiga capital do Piauí), Itainópolis, atuou em Teresina, Barras, Esperantina, Matias Olímpio, Parlandim, Socorro do Piauí, Campinas, Jerumenha, Paulistana e São João do Piauí até a promoção para a capital.

Toda essa experiência na Magistratura fortaleceu a vocação do Dr. João Henrique e mesmo após tantos anos exercendo o mesmo ofício,o entusiasmo e a dedicação pela judicatura perduram inquebrantáveis, como em 1989. Confira a entrevista que ele concedeu nesta semana à ANAMAGES.

ANAMAGES: Quem o inspirou a seguir a carreira da Magistratura?

Dr. João Henrique: Quando eu me formei, o contato que tínhamos com o Poder Judiciário era restrito, distante. Não havia estágio e nem uma inspiração ou a influência de alguém em minha família no curso de Direito. No período da faculdade recebemos influência dos amigos e colegas, então eu contei com o apoio de alguns deles naquele momento em que era exigida a idade mínima de 25 anos para a participação nos concursos da Magistratura.

ANAMAGES: Comente sobre os desafios que o senhor enfrentou no interior.

Dr. João Henrique: Logo no início da carreira, em Teresina, na 1ª Vara Criminal, eu tive a oportunidade de defrontar com os meus professores da faculdade, que eram advogados. Então eu estava lá, verde, ganhando experiências, em contato com os professores que tinham ministrado aulas para mim cerca de dois anos antes. Foi um período muito enriquecedor pelos conhecimentos adquiridos, pela familiarização com a estrutura do Poder Judiciário, com processos criminais morosos.

O trajeto de vida no interior me proporcionou uma oportunidade singular, conhecendo o homem do campo, conhecendo as suas necessidades e vicissitudes. Foi um ganho extraordinário e uma experiência que vale para a vida toda!

ANAMAGES: Como essa vivência no interior o preparou para a realidade da capital?

Dr. João Henrique: Hoje os colegas que assumem o concurso da Magistratura querem logo ir para a capital. Foi muito importante conhecer a realidade do interior, especialmente em um tempo em que não existia celular, televisão ou outros recursos tecnológicos que hoje temos. Os processos eram todos de papel e essa experiência do homem do campo não difere muito do homem da capital. Aquilo que o homem passa, os desafios, eles mudam muito pouco de uma realidade para a outra. Evidentemente que os problemas da capital são maiores, mas não que sejam tão diferentes assim.

ANAMAGES: Com relação à tecnologia, o Judiciário foi incorporando mecanismos para aprimorar a prestação jurisdicional. Como essas mudanças se apresentaram para o senhor?

Dr. João Henrique: Ao longo desse tempo, tivemos muitas mudanças tecnológicas. Os processos eram de papel, os despachos, manuscritos. Usávamos máquina de escrever e passamos para o computador, para o processo eletrônico.

Hoje o Juiz pode trabalhar de casa, do fórum, de um congresso. Antes imaginávamos o fax como um aparelho de comunicação moderno, porque era instantâneo, então veio o computador, depois o celular - que substitui o computador em muitas situações - e caminhamos para ter o controle dos processos também na palma da mão, como já observamos em alguns tribunais.

Estamos aprimorando o sistema de estatísticas de controle desses processos para que o Juiz possa ter uma gestão mais eficiente de sua unidade. Tudo isso com esses recursos que a tecnologia vem trazendo como a inteligência artificial que se projeta como possibilidade de colaborar com o Judiciário.

ANAMAGES: Celebrar 34 anos de Magistratura é um marco muito significativo. Que sentimento em relação à judicatura o senhor não abandonou no percurso de toda a sua carreira?

Dr. João Henrique: Eu considero uma festa poder comemorar 34 anos de Magistratura com o colega Presidente da ANAMAGES, Dr Carlos Hamilton, e mais cinco colegas. Vivemos esse momento importante de nossas vidas, muito significativo, para a junção de nossas famílias que sempre colaboraram conosco nessa vivência que é ardua, porque são sacerdócios, são sacrifios que fizemos no passado ehoje existem facilidades que não tivemos, como a de comunicação, de estradas, de estadias, de estrutura dos foruns do interior.

Naquele tempo tínhamos ainda o problema da qualificação, pois o Tribunal não permitia que o Juiz se afastasse de sua comarca para fazer cursos e tivemos colegas que optaram por abandonar as suas carreiras para conseguirem cursar mestrado e doutorado. Hoje muitos desafios foram superados.

O tempo passou e a gente só trabalhou, vestiu a camisa e fez a entrega efetiva de uma boa prestação jurisdicional ao cidadão. Conseguimos vencer esses desafios, estamos todos de parabéns. O nosso presidente é extremamente dinâmico e está de parabéns! Eu sou grato à ANAMAGES por integrar esse grupo seleto que tem dedicação exclusiva ao ofício, me congratulo com todos e desejo felicidades para que todos nós possamos desenvolver a nossa atividade da melhor forma possível.